Teremos sempre Paris!
Categories Check-inEram 5 da manhã e o despertador já tocava. Apesar de só ter dormido quatro horas, não tinha sono. Era dia 10 de Julho de 2016, estava entusiasmada e ansiosa. O destino era Paris, a cidade da luz chamava-me e nela convergiam os olhares e esperanças nacionais.
Chegámos a Paris às 10:30, hora local. Ter somente algumas horas para visitar e revisitar lugares e ainda cumprir os horários de chegada aos pontos de encontro até irmos para o estádio, seria um desafio.
Sabíamos que seria impossível passar por todos os locais obrigatórios de Paris, que são tantos e tão atrativos, não poderíamos desperdiçar minutos em filas, nem horas em visitas mais demoradas ao Louvre ou a Montmartre.
O contra relógio começou nos Campos Elísios, onde descemos do autocarro e começou a caminhada. Confesso que os atentados, ainda recentes, me causavam alguma apreensão, contudo, esse sentimento foi-se dissipando.
A Torre Eiffel é um daqueles monumentos que nos parece sempre próximo, mesmo quando ainda estamos a alguns quilómetros de lá chegar. Por isso, para queimar etapas, e porque estava calor, saltámos para dentro de uma espécie de TUK TUK, que nos levou até lá. Aconselho a que atentem bem ao preçário rudimentar antes de começar a viagem, onde se lê 10 euros por viagem há normalmente umas letras mais pequenas – muito mais pequenas – que referem que o preço é por pessoa e não por viagem.
Tirámos as fotos da praxe, claro, e subimos à zona de Trocadéro, para fazer uma viagem no tempo. Quando pensava em Paris, a minha memória transportava-me para um carrossel, com cavalinhos coloridos, como o dos filmes, cheio de cores, carruagens e balões. Ali fui feliz e o tempo parou e, como não subscrevo a máxima de que não se deve voltar aos locais onde se foi feliz, quis lá voltar, beneficiando da paciência do Daniel. Se querem que vos diga, o tempo voltou a parar, voltei a ser criança naqueles cinco minutos em que a música tocou e o carrossel girou.
Acho que nos devemos permitir, para não dizer obrigar, a ser crianças de vez em quando, para não perdermos um certo olhar juvenil sobre as coisas.
Com isto tudo, eram já quase duas da tarde, e almoçámos mesmo ali nessa zona, numa daquelas esplanadas fabulosas de Paris. Como se sabe, esta não é das cidades mais baratas para se comer, é essencial olhar para os valores das ementas, mesmo assim conseguimos uma boa relação preço qualidade. O Penne e o tártaro de atum com abacate estava delicioso.
Restavam-nos cerca de duas horas para passear e chegar ao ponto de encontro, de onde partiríamos para o Stade de France. Quase nada, portanto. Calcorreámos a avenida dos Campos Elísios de uma ponta à outra, passámos pelas lojas das marcas mais caras do mundo, que tinham filas de dezenas de pessoas, mas, confesso, eu só descansei quando finalmente, junto do Grand Palais, encontrei um bom crepe parisiense que, de novo, me trazia boas lembranças. A culpa angustiada por aqueles 2 euros recheados de canela e manteiga só chega depois, normalmente dois, três minutos depois :), mas compensou! E, para dizer a verdade, bem precisei de todas aquelas calorias.
A noite foi repleta de emoções, não vos estou a dizer nada de novo, fiquei sem voz, nunca sofri tanto num jogo de futebol e até chorei de emoção – eu que sempre achei ridículo ver alguém chorar enquanto assiste a um jogo de futebol. Abracei pessoas que não conheço, gritei contra um árbitro que não sei o nome, entoei cânticos decorados no momento, saltei, ri e festejei muito. No final, estava exausta e feliz. Este vai ser um daqueles dias a que regressarei várias vezes ao longo da vida.
Sem dúvida, partilho da mesma opinião sempre achei estranho pessoas a chorarem por futebol mas a Seleção meche com a Alma de uma país e chorei de felicidade por finalmente termos chegado lá com mérito contra todas adversidades! Somos Campeões Europeus!!!